02 agosto 2007

Denúncia que é uma confissão de culpa

Ao vir a público, através da imprensa, na sexta-feira, 27 de julho, o Prefeito Silvio Barros II declarou a existência de licitações fraudulentas em sua Administração, nos anos de 2005 e 2006. Dessa forma, quis passar a imagem de gestor preocupado com a moralidade administrativa, informando à população que seus subordinados vinham praticando improbidade administrativa, como se o ocorrido não lhe dissesse, diretamente, respeito. O que resta desse episódio é a constatação de que o Prefeito feriu frontalmente todos os princípios da legislação em vigor, que o colocam como ordenador de despesas de todos os processos de compra e de pagamento.

Contudo, o que o Prefeito omitiu à população é que, bem antes dessas suas declarações, feitas em tom de “furo jornalístico”, o vereador Humberto Henrique, do Partido dos Trabalhadores, apresentou requerimento aprovado na Câmara Municipal de Maringá no dia 8 de maio deste ano, pedindo informações sobre o assunto. O referido requerimento gerou o ofício de número 510/2007, de 9 de maio, enviado pela Câmara Municipal ao Observatório Social, que é um braço da Sociedade Eticamente Responsável (SER). No documento, o vereador do PT pedia cópia dos relatórios que vinham sendo produzidos pela Secretaria Municipal de Controle Interno a partir das análises e auditorias realizadas nas licitações da prefeitura. Estranhamente, até o momento de finalização desta nota, a resposta ao referido Ofício não veio. Se viesse, as irregularidades, só agora “denunciadas” pelo Prefeito, teriam sido certamente antecipadas à população, permitindo que as irregularidades fossem apuradas mais cedo e que os responsáveis fossem devidamente punidos.

O comportamento do Prefeito neste caso é estranho, mas perfeitamente compreensível vindo de que vem, já que Silvio Barros II considera normal o uso indevido de carro oficial para transportar o filho à escola; a utilização de máquinas da Prefeitura para fazer serviços em propriedades particulares; a aplicação de preços superfaturados na execução das obras, dentre outros atos de improbidade administrativa.

Reafirme-se, ainda, que os cofres públicos só não foram mais espoliados na questão do lixo (verificou-se que o preço da tonelada coletada estava superestimado no processo de licitação) ou na tentativa de terceirização do Hospital Municipal devido à ação dos vereadores do PT, que exerceram prontamente sua função fiscalizadora e identificaram os equívocos a tempo.

Por último, lembramos que o Partido dos Trabalhadores, na gestão 2001-2004, sempre atuou de forma transparente no trato com o patrimônio público e não aceita que lhe seja imputada nenhuma forma de prevaricação e, muito menos, de chantagem. Prevalece a confiança de que o Ministério Público irá aprofundar as investigações e, com certeza, não eximirá de culpa e da responsabilidade, todos aqueles que foram eleitos com a missão de zelar pelo bem público.

PARTIDO DOS TRABALHADORES - Executiva Municipal

31 julho 2007

Despretensiosa e resumida análise sobre a imprensa maringaense ou outra qualquer

* Antonio Roberto de Paula

Maringá não pode ser ilhada quando o assunto é imprensa. Não somos em nada diferentes em relação a outras cidades. Temos pecados e virtudes, pois somos humanos. Temos corporativismo, alienação e indiferença e, em grau menor, combatividade e sábias e eficazes interferências. É possível, contudo, analisar determinadas peculiaridades maringaenses, fazendo um recorte deste ambiente tão ativo, crucial, exposto, competitivo e vaidoso.
Esse mundo dos profissionais das notícias da Cidade Canção e da região já não se fecha mais em si. Antes, cerca de duas décadas, havia rachaduras por onde penetravam comerciantes negociando notícias, manipulando manchetes. Hoje, há um rombo em que os mercadores já nem se preocupam em estar travestidos de jornalistas. Eles assumem suas profissões utilizando a imprensa para vender idéias e produtos e para o exercício da vaidade. E há jornalistas comercializando informações com preços variados, alguns bem irrisórios. Nada, portanto, que difira de outros lugares.
Mais ainda dá para fazer alguns exercícios analíticos tomando como base a figura do jornalista. Para tanto, é preciso voltar no tempo. Parte da velha guarda da imprensa maringaense morreu, mudou-se, aposentou-se ou trocou de profissão ou de sonho. Sim, porque até pouco tempo escrever e ganhar por isso era concretizar o sonho de fazer algo atendendo a um chamado vocacional. A outra parte daqueles senhores das letras ainda está por aí com seus pecados e suas virtudes.
Os remanescentes dos anos 60 estão nas redações dos jornais, nas emissoras de rádio e TV e em assessorias. Ou fazem trabalhos independentes pondo, diariamente, à prova o prestígio conquistado desde a época em que o jornalismo era símbolo de status. São uns gatos pingados que estão considerando, no mínimo, engraçado a necessidade de formação acadêmica para trabalhar na imprensa.
Eles seguem em meio a uma leva de novos e vibrantes profissionais que carregam seus modernos equipamentos e planos e suas teorias e ideologias sedimentadas até o próximo emprego. Os dias de hoje requerem profissionalismo extremado, informação concisa e praticidade nas relações. O oposto da mesozóica era do preto e branco.
A geração seguinte à desses senhores dos textos longos, exaustivamente trabalhados e extremamente cuidadosos é a daquele grupo das décadas de 70 e 80, alunos informais e parceiros de labuta dos pioneiros, varando madrugadas nas redações enfumaçadas. Este pessoal tenta ocupar seus espaços nesta profissão tão incerta. Rico, que se saiba, ninguém ficou. Se algum deles enriqueceu é porque teve alguma atividade paralela ou nunca foi verdadeiramente jornalista.
Mas o assunto em questão não é dinheiro. Uma pena, porque o bom da vida é poder ganhá-lo fazendo o que dá prazer, sem nenhuma culpa. Estamos falando de paixão. A paixão pelo jornalismo e por esta cidade, a comodidade, os horizontes fechados, as tentativas frustradas em outras áreas e tudo isto e mais um pouco fizeram com que essa gente permanecesse numa aventura sem fim. Uma aventura sem data para acabar. Só Deus sabe a hora.
São cerca de três, quatro dezenas de profissionais que escolheram Maringá ou por ela foram escolhidas. Gente que nasceu aqui, chegou criança, adolescente, e foi ficando. Gente que conhece a história da cidade, acompanhou o seu crescimento, testemunhou fatos importantes, teve contato com personalidades de expressão e ao longo dos anos passou a entender o jeito desse povo, suas motivações e particularidades e até interferiu de alguma forma. São os quarentões e cinqüentões pós-graduados sobre o tema “Maringá”, são os agentes ativos da vida da cidade.
Esses profissionais primam, em sua maioria, pela qualidade do texto, espírito investigativo, sólida base argumentativa, competência e improviso no rádio e na TV e eficiência em assessoria. Mas, mesmo contrariados com os rumos tomados pelo jornalismo foram, obrigatoriamente, se atualizando e se adaptando. Afinal, é preciso sobreviver. Trata-se de um pessoal que, não raro, vai dormir determinado a abandonar este trabalho, mas que acorda na manhã disposto a se dar outra chance. Afinal, é uma classe sonhadora.
Os redatores seguiram teclando suas Reminghtons e Olivettis até meados dos anos 90, depois transferindo os dedos para os computadores. Porque um novo mundo surgiu. Menos romântico, mais profissional, exigindo bem mais do que o conhecimento dos teclados. As relações humanas ficaram mais restritas, quase secundárias. E eles se adequaram.
Maringá recebeu a partir do final da década de 80 muitos jornalistas recém-formados que viram na cidade potencial suficiente para exercerem a profissão. Para boa parte, a Cidade Canção foi apenas rito de passagem. Para outro grupo, Maringá tornou-se amor à primeira vista ou um entreposto que vai se tornando ponto definitivo em função de uma série de acontecimentos.
É nesta célula que estão profissionais que ocupam cargos importantes em redações, emissoras, agências, assessorias e, por último, faculdades. Ou, sem perspectivas, dentro da linha mudar para não mudar de cidade, abriram algum negócio correlato, trabalham em outra atividade e vivem fazendo frila. Ficam com um pé na imprensa e outro fora.
Os cursos de graduação se transformaram num importante gerador de empregos para os jornalistas, inicialmente, para a complementação de salários. A expansão das faculdades de jornalismo em Maringá está resultando numa abertura para que eles se tornem “apenas” professores. Hoje, constata-se a presença de jornalistas em cursos de especialização e pós-graduação. Aumentando o grau de conhecimento aumentam os salários. E a grande concorrência estimula o aprendizado.
Jornalistas continuam a tentar a sorte em Maringá. A comprovação está nas pilhas de currículos nos RHs dos veículos de comunicação. O mercado é restrito, se tornando ainda mais fechado com a liberação de estagiários para o trabalho. Com a chegada, anualmente, de pelo menos 50 novos profissionais saídos dos bancos universitários, considerando que, no mínimo 20% permaneçam na cidade, cresce a estatística dos desempregados e sub-empregados. Diante das portas fechadas, eles deixam o currículo e embarcam de volta. Repetindo: nada diferente de outros lugares.
Há jornalistas que vêm por outras razões. Quando um consegue o emprego avisa o amigo ao surgir nova oportunidade. E a corrente aumenta. Há casos em que o precursor já deixou a cidade e os outros continuam trabalhando, formando família... Existem os que são convidados a vir trabalhar em Maringá, os que são transferidos para cá, os que foram e acabaram voltando, os daqui que ganharam a vida fora. E por aí vai.
Em meio a esta diversidade é quase impossível montar um perfil. O que se percebe nestes cerca de 50 anos de imprensa maringaense é que há grupos antigos, não tão antigos, recentes (anos 80 e 90), os graduados das primeiras turmas do Cesumar e Faculdade Maringá e o grupo formado pelos novatos. Todos interligados, mas sem união, sem organização, de encontros esporádicos, apenas se conhecem e às vezes nem isso.
O personalismo latente e os melindres exagerados cortam os canais de entendimento. A notícia ainda perde espaço para quem a noticia. É a vaidade sobrepondo-se a um trabalho que é como um outro qualquer, talvez mais exposto, mas apenas um trabalho.
Observa-se uma grande preocupação pelo trabalho alheio. Se essa preocupação servisse para melhorar o próprio nível... Não é. Existe uma linearidade tacanha com a justificativa de que modelo que está dando certo não pode ser alterado. Muda-se o cenário e mantém-se a essência ou a falta dela. A despersonalização de páginas e programas é proporcional ao egocentrismo.
Se os jornalistas e profissionais da área interagissem mais, trocassem impressões, se avaliassem em conjunto seus desempenhos, se tivessem humildade para ouvir e desprendimento para propor soluções o nível de qualidade dos trabalhos seria infinitamente melhor e todos sairiam ganhando.
Aumentou o número de profissionais e o espírito de camaradagem foi se esvaindo com a chegada do novo milênio. Passa de 50 o número de emissoras de TV e rádio, jornais, revistas e tablóides em Maringá, o mesmo número de programas independentes, e pelo menos 30 assessorias de imprensa de órgãos públicos, empresas, instituições de ensino, associações, escritórios políticos e agências de publicidade.
Hoje as redações são escritórios de alta competência para a produtividade em larga escala. As pessoas acionam as máquinas para fazer a notícia e depois vão embora. Amanhã começa tudo de novo. Sem comentários sobre a edição anterior. A repercussão quase não existe porque a profusão de fatos engole os restos do passado. Os contatos entre jornalistas são via internet. Nada que difira de outro lugar.
Em 1991, houve a tentativa de unir a imprensa por meio da AMI (Associação Maringaense de Imprensa). Ela, contudo, já nasceu manca, pois não conseguiu agregar os profissionais de canudo. Estes defendiam não haver a necessidade de um órgão local que os representasse pelo fato de Maringá ter a seccional do Sindicato dos Jornalistas.
Ocorre que a maioria dos profissionais maringaenses não tinha o diploma para se sindicalizar, nem mesmo o registro provisório. Ficou, então, de um lado o Sindicato com pouca gente e do outro, quase uma centena de profissionais tentando se organizar. A tentativa foi infrutífera. Houve um esvaziamento gradativo da AMI por falta de objetividade e um direcionamento totalmente afastado do que havia sido proposto, uma distorção nos planos.
Passadas quase duas décadas, o Sindicato luta por uma maior representatividade em Maringá e na outra ponta a AMI quer ser efetivamente uma associação. Na verdade, o que o jornalista maringaense quer é ganhar o seu salário e ter um mínimo de garantia no emprego. Sindicatos e associações passaram a ser questões para se conversar quando esgotarem assuntos mais importantes. São tantos os percalços e dissabores nesta profissão que o desencanto impede a participação ativa numa entidade.
E também a angústia assola o jornalista que quer e precisa se informar. Já não é possível acompanhar o que acontece mesmo que a mesmice predomine na maioria dos veículos. Mas, fora da nossa jurisdição, fora de Maringá e de uma centena de municípios, são muitos os jornais diários, tablóides, informativos, revistas, programas de TV de todos os tipos, em todos os horários e de todos os segmentos, programas de rádio, internet com novidades a cada segundo. Tudo interligado e rapidamente velho. Comunicação instantânea sem pesquisa acurada, sem tempo para a elaboração da matéria e espaço para a veiculação.
A internet, com seus sites e blogs, merece uma séria avaliação. O que começou como uma espécie de divertimento há cinco, seis anos, o que era apenas um espaço para colocar o que não cabia ou era proibido nos jornais, tornou-se um poderoso instrumento de informação. Em Maringá, pelo menos 30 blogueiros interagem, fazem rodar as notícias sobre todos os assuntos. Pauteiros de jornal, TV e rádio têm nos blogs uma fonte contínua de informações. Assessores de imprensa têm à disposição um eficiente meio de divulgação.
No mundo dos blogs, a liberdade de opinião nada de braçadas. Nele, jornalistas, radialistas, estudantes, professores, sindicalistas, poetas, artistas, políticos, empresários e advogados expõem suas idéias e mandam suas notícias. E um contingente de profissionais de todos os segmentos dão suas opiniões, sugerem, contestam, denunciam e dizem besteiras. Assim é a nossa cidade na internet, em nada diferindo de outras.
Os blogs rivalizam com as emissoras de rádio, pois ambos podem dar a notícia em tempo real. Percebe-se uma salutar rivalidade entre os dois, o que é ótimo para o internauta e para o ouvinte. Uma pena que os canais de TV, que poderiam fazer este trabalho pelo menos das 8h às 18h, não fazem. A maior parte da programação de TV é produzida com entrevistas ao vivo no estúdio e matérias gravadas.
Não existe um comprometimento dos apresentadores e repórteres com o canal de TV que vende seus horários para a veiculação de programas. O comprador se sente descompromissado a partir do momento em que assina um contrato e paga para pôr o seu programa no ar. Com o loteamento dos horários verifica-se na grade de programação enfadonha similaridade, qualidade técnica discutível, cenários arcaicos e amadorismo risível. A situação já foi mais trágica. Hoje, nota-se, ainda que timidamente, sinais de reação.
No caso do profissional de carteira assinada, ele “veste a camisa” porque sabe que melhorando a programação melhora a audiência e, por conseqüência, o faturamento. Com dinheiro em caixa, a emissora não demite. Pelo contrário, cresce o quadro de funcionários.
A entrada em cena, nos anos 90, das faculdades de jornalismo ratificou a mudança no jornalismo. A partir daí firmou-se o conceito de que o profissional bem preparado em várias mídias está mais apto a vencer no mercado do que uma “pena brilhante”, um showman no vídeo ou uma bela voz no rádio.
Os cursos informaram aos últimos românticos que os tempos eram outros. O sonho não havia acabado de vez, mas comprovadamente o jornalismo foi comparado às demais profissões. Ressalte-se que na questão salarial não ocorreu a equiparação.
Ainda que muitos jovens tenham visto com deslumbramento o fato de cursar uma faculdade de Comunicação, cuja empolgação não suportou o primeiro ano, e ainda que o quadro docente sofresse de graves limitações, o certo é que um grupo de profissionais foi formado a partir da academia. Faz-se necessário destacar que um considerável percentual de formandos guardou o diploma na gaveta e foi cuidar da vida em outra seara. Mas, convém registrar que este grupo de primeiros universitários foi inserido no mercado de trabalho. Com pouca ou sem experiência, mas que hoje está na profissão atuando com competência.
Importante frisar que esta nova turma, que já está há mais de seis anos na área, recebeu um importante reforço no seu aprendizado: de profissionais experientes, de 10, 15 anos de estrada, que se sentiram impelidos a buscar outros conhecimentos numa graduação. Esta mistura de experiência com vontade de aprender e de faixas etárias distintas foi produtiva para quem estava iniciando e serviu como motivação para quem voltava a estudar depois de anos.
São tantas as mudanças que os patrões e suas sociedades não poderiam ficar imunes. Com seus impressos e emissoras, eles já não navegam em águas tranqüilas, não exercem com tanto desprendimento a ditadura da notícia, que é uma característica marcante da Cidade Canção. A contragosto, abriram espaços para a comunidade porque é o caminho da sobrevivência. Publicação nenhuma permanece para sempre escrevendo para um segmento.
Por meio de uma série de instrumentos políticos ou não, do fortalecimento das associações, pelos reflexos de cidades mais desenvolvidas e pelo aumento do espírito de cidadania, a população aproveitou a abertura. A liberdade abriu as asas. A fórceps e por necessidade dos veículos, a imprensa está ampliando cada vez mais sua caixa de ressonância. Contudo, muito ainda há a percorrer.
Os departamentos de jornalismo e o comercial continuam caminhando juntos porque não podem, evidentemente, estar dissociados. Se o primeiro depende do segundo, o segundo também deveria depender do primeiro. Mas, geralmente, não é essa a visão da empresa jornalística ou do dono do horário ou da página. Em linhas gerais, não se percebe exemplos latentes de empenho para melhorar a qualidade. O faturamento é considerado fundamental e o que é veiculado nem tanto. Mas, se lançarmos luz há 10, 20 anos, podemos afirmar que houve progressos.
A credibilidade e, conseqüentemente, o crescimento ocorre quando a notícia chega à população e não apenas para determinado setor. Se o poder em vigência preparava as pautas, hoje podemos observar claros sinais de independência. A proliferação de veículos dificultou o controle da informação e não é mais possível cercar os insurretos. A concorrência obriga a abandonar a chapa-branca ou pelo menos não ser tão explícito para não perecer. Quem parou no tempo está desaparecendo, entrando no vale dos esquecidos.
Porém, prevalece ainda a máxima: “Jornalista é pago para escrever matérias, mas não necessariamente para vê-las publicadas.” Quem não contesta esta assertiva segue trabalhando. Os que se insurgem recebe o bilhete azul também com uma máxima: “Quer escrever o que quiser, então monte um jornal.” Portanto, nada diferente de outras paragens.
Os pecados e as virtudes pontuam a trajetória do jornalismo que fazemos. Valores rastejantes e elevados à parte, o certo é que novos grupos vão surgir substituindo os que vão para a história. A certeza é a de que o jornalismo nunca mais será o mesmo. Este é um recorte maringaense, mas excetuando detalhes poderia ser de qualquer outra cidade.
A imprensa de uma cidade é a cara da sua sociedade. Essa relação se baseia em permissão. A imprensa se estabelece, dita normas de acordo com o grau de exigência da sociedade. Já a sociedade age a partir do nível de vigilância da imprensa. Se uma é reflexo da outra, a responsabilidade é mútua.
Maringá está na média geral dos municípios brasileiros. Se houve um avanço tecnológico das profissões, veio junto a feroz competitividade que deixou a ética, o respeito e a amizade pouco alicerçados. E como não deveria deixar de ser, o jornalismo está inserido neste processo. Quem sabe, quando esgotarem todas as tentativas, surja um outro ciclo, um recomeço mais humano, mais criativo, em que cada profissional saiba ocupar o seu lugar, sendo valorizado e fazendo-se respeitar. Eu gostaria de estar aqui para ver.

* Antonio Roberto de Paula é jornalista maringaense
CONTATO: imprensadepaula@gmail.com

12 dezembro 2006

A polêmica sobre pedágios urbanos

O entrevistado deste mês é o doutor em engenharia civil Antônio Clóvis Ferraz, mais conhecido como professor Coca, da Escola de Engenharia de São Carlos – USP. Ele comenta a última pesquisa realizada pela Abramcet Synovate Brasil sobre um assunto polêmico: a implantação de pedágio urbano. O levantamento foi feito em outubro e entrevistou 1500 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Curitiba e mais quatro cidades do interior de São Paulo.

Apesar da maior parte dos entrevistados da pesquisa Abramcet não ter muito conhecimento sobre pedágio urbano, 43% afirma que a idéia é ruim ou péssima. O que isso revela?
Uma grande falta de conhecimento dos benefícios do pedágio para a melhoria da qualidade de vida da população nas grandes cidades. Isso indica como vital, antes de qualquer iniciativa de implantação do pedágio urbano, a realização de um forte trabalho de marketing visando “informar e convencer” sobre as vantagens da medida.

Talvez até por esta falta de conhecimento 36% dos entrevistados afirmaram que não há nenhum benefício. Entretanto, 31% afirmou que reduzir o fluxo de veículos no centro seria o principal benefício. O sr. concorda com esta afirmação?
A redução do fluxo de veículos no centro seria uma conseqüência do pedágio. Os benefícios diretos associados seriam muitos: redução de tempos de viagem, diminuição da contaminação atmosférica, maior descentralização de atividades a médio e longo prazo, maior utilização do transporte coletivo, etc. Considerando a aplicação dos recursos auferidos com o pedágio no transporte coletivo, soma-se a esses ganhos um grande beneficio indireto: um transporte coletivo de melhor qualidade e mais barato – fato de grande relevância social, ambiental e econômica. Isso significa caminhar rumo a cidades sustentáveis e com melhor qualidade de vida.

E quais seriam as desvantagens deste projeto para o Brasil?
A implantação de pedágios urbanos obriga muitas pessoas a mudar os seus hábitos e pode impactar negativamente o comércio da região central - nada tão grave que não possa ser amenizado com ações públicas corretas. As vantagens, no entanto, superam em muito as desvantagens.

Quais são as cidades brasileiras que já tem perfil para esta medida?
Em um primeiro momento, São Paulo e Rio de Janeiro. Depois da experiência adquirida nessas metrópoles, a medida poderia ser estendida a outras grandes cidades do país.

Como estão as experiências em cidades que já possuem o pedágio urbano?
As experiências pioneiras das cidades de Cingapura e Londres que, como era esperado, tiveram uma relativamente forte rejeição inicial, hoje podem ser consideradas bastante satisfatórias.

O que precisaria ser feito para incentivar o uso de transporte público e, conseqüentemente, diminuir o número de veículos nas vias?
Melhorar a qualidade do transporte coletivo (sobretudo a velocidade, com faixas exclusivas para os ônibus) e reduzir o valor da tarifa - com o aumento da eficiência e concessão de subsídio. A maioria das cidades dos paises desenvolvidos subsidia o transporte público, em razão das inúmeras vantagens desse modo de transporte em relação ao transporte individual.

(A entrevista foi feita pela Perkons, empresa de fiscalização eletrônica, em Curitiba.)

09 novembro 2006

O Testemunho em Vila de Rei

(Por Cecília Fraga)

Selecção no Brasil - Durante a primeira reunião de selecção feita no Brasil, na Sala de Reuniões do Gabinete da Prefeitura de Maringá, em Outubro de 2005, a senhora Luiza Pupin, presidente do Provopar-Maringá e responsável pelo projecto, disse que poderiam ser seleccionados todos os tipos de profissionais, de médicos à pedreiros, com salários que poderiam variar de acordo com a qualificação individual de cada seleccionado e funções que exerceriam em Vila de Rei.

As vantagens seriam: legalização, casa e comida nos primeiros quatro meses, escola e infantário para os filhos e formação adequada para desempenhar a função profissional que viesse a ser atribuída.

Uma vez seleccionadas as primeiras 15 famílias e publicados os respectivos nomes no principal periódico da cidade, em meados de Novembro, foi feita uma reunião com os seleccionados e informado que o embarque aconteceria antes do natal, ou seja, cerca de 20 a 30 dias após aquela data.

Para tanto era necessário providenciar a documentação exigida, apresentar o pedido de demissão dos empregos, comprar as passagens e organizar as coisas para a vinda. Porém, o que aconteceu não foi o previsto porque a Autarquia de Vila de Rei não conseguia desbloquear a situação, causando um enorme desgaste emocional e financeiro às famílias seleccionadas, inclusive para algumas que acabaram por não poder embarcar, porque, entretanto, ficou definido que só poderiam vir 4 (quatro) famílias.
É importante frisar que eu não estaria nesse grupo de quatro famílias, mas com a desistência de uma enfermeira, com curso superior e sua família, passo a fazer parte do grupo.

Em Abril do ano seguinte, quando a situação já estava insustentável, nós, as quatro famílias seleccionadas, nos reunimos e resolvemos intervir. Decidimos que eu viria a Portugal tratar da documentação em falta. A decisão foi tomada mesmo sem a ajuda ou colaboração do Provopar-Maringá (entidade que estava envolvida directamente no processo de selecção e representando a Prefeitura de Maringá). De um dia para outro a minha passagem foi comprada e eu embarquei para Vila de Rei, tendo a Autarquia pago a minha estadia na Albergaria D. Diniz.

Fui escolhida pelo grupo porque já tinha feito várias viagens ao exterior, tinha o meu passaporte carimbado com entrada em Portugal e podia adiantar o dinheiro da passagem.

No dia 5 de Abril desembarquei em Lisboa e fui recebida pelo vereador Doutor Paulo César e sua esposa Dra. Carla Suzana. Tento telefonado aos senhores Augusto e Felipe, da Pinhal Maior, que haviam estado comigo em Maringá uns dias antes, informando-os de que estava em Vila de Rei e que gostaria de cumprimentá-los e pedi-lhes para me levarem ao Santuário de Fátima, o que veio a acontecer no domingo, dia 9 de Abril, na companhia do senhor Felipe.

O objectivo da minha viagem a Vila de Rei foi identificar e procurar resolver as dificuldades que estavam a impedir nossa vinda para o projecto prometido, caso contrário, todo grupo desistiria do mesmo. Tinha apenas cinco dias para isso. Junto com a assistente social da Câmara, senhora doutora Alexandra, com o vereador doutor Paulo César e o vice-presidente da Câmara, doutor Ricardo Aires, percorri vários organismos oficiais e acertamos os últimos detalhes.

Embarquei de volta com o contrato de trabalho assinado pela Albergaria D. Diniz e carimbado pela IGT (Inspecção Geral de Trabalho), com a esperança de retornar em breve a Vila de Rei, para trabalhar e viver tranquilamente, tanto mais que a Presidente da Câmara, dona Irene Barata, havia me dado todas as indicações de que as pessoas viriam a ter muito boas oportunidades, inclusive nas suas respectivas áreas profissionais (psicóloga, cabeleireira, professor, jornalista, técnico de informática) e que os salários seriam bons o suficiente para sustento da família, educação dos filhos e ainda para alguma poupança.

No meu caso, ela me garantiu que eu viria a ser sua assessora na Câmara e também o elo de ligação entre Portugal e Brasil. Não fosse isso, eu não teria me aventurado a querer vir com meus filhos para Vila de Rei.

Com os documentos que eu trouxe de Vila de Rei e que deram entrada no Consulado de Portugal, em Curitiba, o “visto” foi rapidamente obtido, o que nos aumentou ainda mais o desejo e esperança de uma vida melhor em Portugal.

No dia 3 de Maio embarcámos cheios de esperança, energia e vontade de vir contribuir para o desenvolvimento de Vila de Rei.

Nenhum de nós imaginou que a comunicação social daria tanta atenção a nossa vinda. Isso nos assustou e foi quando começaram os problemas e a reduzir-se a nossa esperança.

Até então não entendíamos o porquê de tanta curiosidade por parte da comunicação social e a orientação da autarquia era que ninguém falasse sobre os detalhes do projecto e as promessas que nos foram feitas, mas deixássemos sempre bem claro que estava tudo bem, tudo como o previsto.

Chegávamos a um país amigo, mas estranho, cultura diferente, sem familiares, sem ninguém. Nem sonhávamos em questionar as orientações vindas da dona Irene, queríamos que tudo acabasse bem, que as coisas entrassem nos eixos rapidamente. Aceitamos tudo que nos foi determinado, sem questionar ou reclamar. Apenas um dos membros do grupo começou a achar tudo muito estranho e protestou, começando mesmo a dizer que haviam coisas muito erradas. Onde estava a comida? As casas? Os empregos? A autarquia procurou afastá-lo.

Mas, os restantes, com as crianças e com a fragilidade do momento, não tiveram coragem de reclamar por nada. Eu, que tinha um contacto directo com a presidente da Câmara, era a pessoa de confiança dela junto dos outros brasileiros, acreditava que tudo ficaria bem, que o tempo resolveria os problemas.

A Autarca dizia que era preciso afastar a comunicação social, que eles nos estavam atrapalhando, porque não era possível dar seguimento no projecto enquanto estivéssemos na comunicação social. Lógico, isso porque as coisas já não estavam sendo feitas da melhor maneira.

Aquilo que a Autarca nos prometeu através da senhora Luiza Pupin (Provopar – Brasil) e mesmo directamente a mim própria, não estava a ser cumprido. Para nós, não haviam outros trabalhos que não nos lares para limpeza e cuidado dos idosos, não haviam casas, nem formas de nos dar comida, muito menos salários acima do mínimo do país.

Percebendo que tinha cometido um erro de estratégia logística, aceitou que a família Padilha fosse viver para Sertã e trabalhar na restauração. Foi uma forma de tentar calá-los. Lá, teriam melhores salários, mais possibilidades profissionais, habitação condigna, etc. Assim, era um problema a menos para Vila de Rei.

Já com outro membro do grupo, o mais activo na reclamação, a Autarca tentou encorajá-lo a entrar num negócio de apicultura, ou seja, tratar de colmeias e abelhas, coisa que o deixou muito zangado. Por isso, partiu a procura de uma alternativa, tentando abrir um negócio próprio.

Eu, que estava a trabalhar na albergaria D. Diniz, na limpeza dos quartos, sai no dia 1º de Julho, pensando que era para trabalhar directamente com a dona Irene. Enganei-me, porque ela me colocou a trabalhar com os empresários que estão envolvidos no projecto de construção de um lar em Vila de Rei, senhores Realinho e Fernando. Era uma forma de me manter financeiramente e de eu estar sempre perto dela, já que nessa empresa ainda não havia trabalho para fazer, uma vez que o projecto ainda não tinha saído do papel.

Para complementar o meu rendimento e que não era suficiente para sustento da minha família, também me apresentou a um outro empresário, senhor Carlos Sotto-Mayor, que igualmente dizia estar interessado em investir em Vila de Rei.

Esses investimentos pareciam certos e, assim, a dona Irene Barata foi minha fiadora na casa que aluguei, na avenida da Câmara. Renda não muito económica, mas a única casa em condições que encontrei na Vila. Consegui dinheiro no Brasil para pagar a caução e a primeira renda, sempre na esperança de que as coisas melhorariam muito em breve.

Os empresários que me contrataram, mas sem contratos escritos, apenas promessas, me garantiam - pensava eu - o salário suficiente para o sustento da minha família.

Mesmo nestas condições, porque precisava, aceitei e iniciei o trabalho com eles, sempre supervisionada pela Autarca, dona Irene Barata, não sendo possível dar um único passo que não fosse determinado ou autorizado por ela.

Pareceu-me que a senhora dona Irene estava gerindo esses dois negócios o que me deixou segura, já que ela própria estava envolvida.

Passados quase dois meses, a Autarca entrou em conflito com este último empresário e assim fiquei sem este emprego e sem o ordenado.

Entrei em pânico e comecei a perceber que as coisas andavam muito mal. Estava totalmente nas mãos da Autarca, sem uma segurança de trabalho, contrato, salário e segurança social. Ao pressionar a presidente da Câmara dizendo-lhe que já não estava aguentando aquela situação, ela começou a demonstrar que também já não sabia o que fazer.

Primeiro colocou-me na “Casa do Idoso”, Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei, para trabalhar junto da directora, senhora dona Isabel Aguiar. As outras funcionárias reclamaram dizendo que eu entrara de maneira irregular e com salário acima do ordenado mínimo nacional. A directora expôs a situação a presidente da Câmara, que, sem outra alternativa, mandou que eu saísse naquela mesma hora.

Estava criado outro problema. Onde me colocar??? Onde me garantir um outro salário???

Lembrou-se então da APPACDM – Associação de Pais, Professores e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, onde trabalha a esposa do vereador doutor Paulo César, a senhora doutora Carla Susana. Comecei então a ir a APPACDM, com o intuito de fazer um jornal para a Associação, para justificar a saída do dinheiro para este salário.

Seguidamente, disse-me que fosse inscrever-me como trabalhadora independente nas finanças para fazer trabalhos autónomos, também para Câmara e para um jornal regional.

Aqui, finalmente, percebi que de vez que as coisas não iriam correr bem e que nada do que havia sido prometido se cumpriria, nem para mim, nem para os outros brasileiros, porque não havia mesmo trabalho, nem onde empregar-nos.

Apesar do medo e da dúvida de não ir fazer coisa certa, eu viajei para Lisboa, mais ou menos clandestinamente, para concorrer a um novo trabalho. Ao fim de três dias de formação, fui chamada e disseram-me que por eu ter feito parte do projecto de Vila de Rei não poderia trabalhar naquela instituição. Perdi o trabalho.

Voltei a Vila de Rei desiludida e ainda mais desesperada. A Autarca, acabou por saber que eu estivera em Lisboa, e a confiança entre nós passou a ser ainda menor.

Já não existia confiança da minha parte para continuar no projecto. Começa então a campanha de desmoralização dos brasileiros.

A dona Irene, para melhor me controlar, levou então a Câmara a celebrar comigo um contrato de prestação de serviços para tratamento de informação, e prometeu que eu passaria para o lugar do funcionário que escreve o Boletim Informativo da Câmara, o qual já estaria de saída para outro emprego.

Foi então feito um contrato, com data retroactiva, para que eu pudesse receber da Câmara sem mesmo ter feito nada. O problema é que eu já estava sem nenhuma condição financeira. O contrato foi firmado, passei o recibo verde e recebi o cheque, que foi descontado no mesmo dia.

Mas quando a comunicação social voltou a falar no assunto dos brasileiros em Vila de Rei, fui chamada, na tarde deste dia, pelo vice-presidente da Câmara, doutor Ricardo Aires, que disse que eu não podia ter envolvido o nome da Câmara, porque teria sido feito uma promessa ao partido político maioritário na Câmara que nunca nenhum destes brasileiros trabalharia na Câmara, pelo que o contrato de prestação de serviços estava já cancelado, bem assim como não mais receberia qualquer apoio ou ajuda. Soube mais tarde que foram os próprios funcionários da Câmara que comentaram que eu tinha um contrato com a Autarquia, mas fui acusada de ter sido eu que falei disso a comunicação social, o que não foi verdade.

Depois dessa decisão da Autarquia veio também a dispensa do outro empresário, que, segundo a Autarca, teria ligado para dizer que era solidário com ela e que também me iria demitir. Soube disso através do presidente da Associação Brasileira de Portugal, Ricardo Amaral, que foi a Vila de Rei tentar interceder por mim junto da Autarquia.

De acordo com Ricardo Amaral, a situação realmente não tinha mais jeito. Porém, ele havia feito um acordo verbal com a autarca para que me pagassem o contrato e que eu sairia de Vila de Rei já no final do mês de Outubro.

Mais uma vez o acordo não foi cumprido, pois não recebi mais qualquer vencimento. Sentindo-me assim, credora da Câmara e dos empresários senhores Realinho e Fernando.

Palavras parecem não ter significado para Irene Barata, que enviou várias notas à comunicação social na tentativa de me desmoralizar e denegrir a minha imagem e reputação usando meu nome de maneira ofensiva, o que afectou também a tranquilidade dos meus filhos, que nada têm que pagar pelos problemas de Vila de Rei.

Para garantir que eu não trabalharia mais para o empresário apresentado pela Autarca e com medo que eu fizesse algo contra ela, mandou trocar a fechadura do escritório onde funciona a empresa e onde se encontram os documentos e projectos.

Surpreendida, entreguei as chaves antigas ao porteiro da Câmara e pedi que desse um recado ao vice-presidente, doutor Ricardo Aires, de que estava entregando as antigas chaves, sem entender os motivos pelos quais haviam trocado a fechadura.

De uma hora a outra fiquei sem nada. Sem trabalho, sem dinheiro e sem perspectivas.

A tal «oposição», que a Autarca cita em várias notas, foi quem me apoiou moralmente e com algumas dádivas matérias, inclusive produtos alimentares e de primeiríssima necessidade.

Os vilarregenses que me auxiliaram fizeram-no por fraternidade e solidariedade humana e não por interesses políticos. São pessoas de bem. Queria deixar isto bem claro. Estou grata a todos.

Tarde demais percebi que tudo não passava de um grande engodo. Um erro. Não havia mesmo nada mais a fazer, senão procurar outro caminho em Portugal ou mesmo retornar ao Brasil.

Hoje estou arriscando no escuro para tentar permanecer em Portugal. Mais uma vez faço isso por meus filhos, que não merecem ser jogados de um lado para outro como se fossem brinquedos ou objectos. Minha filha está no décimo ano e para estar em Portugal precisou perder um ano na escola. Nossa volta ao Brasil representaria para ela outra grande perda.

Estou tentando tirar o maior proveito desta experiência muito negativa que vive em Vila de Rei, que estou certa seria ainda muito pior se a comunicação social não tivesse falado de nós.

Espero agora encontrar uma oportunidade séria de trabalho para refazer a minha vida junto dos meus filhos em Portugal!

18 outubro 2006

Os cem personagens mais influentes

1. O homem da propaganda do Marlboro
2. Grande Irmão (de "1984", de George Orwell)
3. Rei Arthur
4. Papai Noel
5. Hamlet
6. O mosntro Dr. Frankenstein
7. Siegfried
8. Sherlock Holmes
9. Romeo e Juliet
10. Dr. Jekyll and Mr. Hyde
11. Tio Tom
12. Robin Hood
13. Jim Crow
14. Oedipus
15. Lady Chatterly
16. Ebenezer Scrooge
17. Don Quixote
18. Mickey Mouse
19. O Cowboy americano
20. Principe Charming
21. Smokey Bear
22. Robinson Crusoe
23. Apollo e Dionysus
24. Odysseus
25. Nora Helmer
26. Cinderella
27. Shylock
28. Rosie the Riveter
29. Midas
30. Hester Prynne
31. The Little Engine That Could
32. Archie Bunker
33. Drácula
34. Alice no País das Maravilhas
35. Cidadão Kane
36. Fausto
37. Figaro
38. Godzilla
39. Mary Richards
40. Don Juan
41. Bambi
42. William Tell
43. Barbie
44. Buffy, a caçadora de vampiros
45. Venus e Cupid
46. Prometheus
47. Pandora
48. G.I. Joe
49. Tarzan
50. Captain Kirk e Spock
51. James Bond
52. Hansel e Gretel
53. Capitão Ahab
54. Richard Blaine
55. The Ugly Duckling
56. o mosntro do lago Ness
57. Atticus Finch
58. Saint Valentine
59. Helena de Tróia
60. Batman
61. Tio Sam
62. Nancy Drew
63. J.R. Ewing
64. Superman
65. Tom Sawyer and Huckleberry Finn
66. HAL 9000 (de "2001, uma Odisséia no Espaço")
67. Kermit the Frog
68. Sam Spade
69. The Pied Piper
70. Peter Pan
71. Hiawatha
72. Othello
73. The Little Tramp
74. King Kong
75. Norman Bates
76. Hercules
77. Dick Tracy
78. Joe Camel
79. The Cat in the Hat
80. Icarus
81. Mammy
82. Sindbad
83. Amos 'n' Andy
84. Buck Rogers
85. Luke Skywalker
86. Perry Mason
87. Dr. Strangelove
88. Pygmalion
89. Madame Butterfly
90. Hans Beckert
91. Dorothy Gale
92. The Wandering Jew
93. The Great Gatsby
94. Buck (Jack London, The Call of the Wild)
95. Willy Loman
96. Betty Boop
97. Ivanhoe
98. Elmer Gantry
99. Lilith
100. John Doe
101. Paul Bunyan

29 setembro 2006

Vote por Maringá

Lista com candidatos a deputado Estadual e Federal de Maringá (e algumas cidades próximas):

CANDIDATOS A DEPUTADO FEDERAL
1517 - Adão Alves Do Amaral - Bim Bim - PMDB
3366 - Carlos Eduardo Saboia Gomes- Dr. Saboia – PMN
2244 - Christopher Peter Bueno Netto - Christo – PL
2377 - Flávio Marcelo Gonçalves Vicente - Flávio Vicente – PPS
4343 - João Batista Beltrame - Joba – PV
1301 - João Ivo Caleffi - João Ivo – PT
2520 - José Edmir Miro Gaspar Falkemback - Miro Falkemback - PFL
1325 - Marino Eligio Gonçalves - Marino – PT
1535 - Maricelma Bregola - Maricelma Bregola – PMDB
1569 - Odilio Balbinotti - Balbinotti - PMDB
1151 - Ricardo José Magalhães Barros – Ricardo Barros – PP
3611 - Rogério Miranda De Mello - Rogerio Mello – PTC
2332 - Sidnei Oliveira Telles Filho - Sidnei Telles – PPS
2366 - Valdir Rossi – PPS
3131 - Valter Viana – PHS

CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL
13699 - Aparecido Biancho - Bianco - PT
11900 - Belino Bravin Filho – Bravin - PP
33888 - Edson Roberto Carnieto - Biscoito - PMN
28940 - Emidio Rosendo Campos – Coelhão - PRTB
13300 - Enio Jose Verri - Enio Verri - PT
15050 - Gilberto Cézar Pavanelli - Professor Pavanelli – PMDB
50000 - Jose Mauro Nonato - Nonato - PSOL
45123 - Luiz Hiloshi Nishimori - Luiz Nishimori – PSDB
33014 - Manoel Batista Da Silva Junior - Dr. Batista – PMN
12121 - Marcos Graça Jardim -Marcos Jardim – PDT
11511 - Maria Aparecida Borghetti - Cida Borghetti – PP
25800 - Marly Martin Silva - Marly - Marly Martin – PFL
13369 - Paulo Valencio Campos -Padre Paulo – PT
43431 - Said Felicio Ferreira - Said Ferreira – PV
70144 - Vandir Aparecido Ribeiro - Ze Da Galinha - PTdoB
40140 - Wilson Luiz Darienzo Quinteiro - Wilson Quinteiro – PSB
31800 - Yasmine Fernandes Codonho - Doutora Iasmim - PHS

05 setembro 2006

Oficinas de blogs nas escolas

Visando aplicar as pesquisas voltadas a ambientes de interação e comunicação realizadas por assessores pedagógicos da CRTE (Coordenação Regional de Tecnologia na Educação) do Paraná, em especial, o blog, elaboramos em caráter colaborativo a oficina "Blogando Com Ciência" destinada a alunos e "Pedagogia do Blog" a professores participantes do evento Educação Com Ciência,

A oficina Blogando Com Ciênciatem como objetivo levar os alunos a desenvolverem a oralidade e a escrita, além de aguçar o espírito de pesquisa, sempre tendo o cuidado de orientá-los quanto à questão de Direitos Autorais e uso de imagem.
Nesta oficina, os alunos são instigados a produzir textos, entrevistas em áudio, pequenos vídeos sobre temas diversos e assuntos voltados àquilo que vivenciam, descobrem e aprendem no evento. É importante frisar que temos observado nos resultados de investigações junto aos professores, que há uma grande dificuldade em fazer seus alunos escreverem. Acreditamos que esse problema tem como causa a falta de objetividade da escrita em sala.

Pois em uma aula tradicional de produção de texto, o aluno possivelmente se pergunte pra quem eu to escrevendo? E porque estou escrevendo? Porém quando o estudante está utilizando o ambiente do Blog, ele sente-se motivado a escrever e reescrever o seu texto, tornando-o mais coeso, coerente e claro possível, porque ele sabe que terá alguém que verá o seu trabalho e ainda fará comentários. Portanto o aluno-autor adquire mais responsabilidade quando escreve no blog, Pois está escrevendo pra várias pessoas, fato este que não acontece em sala, uma vez que o educando quando produz uma redação no ambiente da sala de aula, só terá um leitor, o professor, que corrige e faz uma porção de observações em vermelho no seu texto e, em seguida devolve para ele, que o descarta.

Porém, quando os alunos se utilizam do blog, um ambiente de comunicação e interação para publicação de suas produções, essas adversidades desaparecem e eles desenvolvem, rapidamente a oralidade e a escrita, estabelecendo elos reais e virtuais através dos trabalhos por eles desenvolvidos. Essas constatações surpreendentes foram possíveis, graças aos resultados obtidos na oficina. Já que, mesmo a curto prazo, é possível conseguir resultados significativos em relação à utilização dos recursos tecnológicos, desenvolvimento oral, escrito e também, em suas relações inter-pessoais.

A metodologia da oficina é bem simples. Os alunos se tornam repórteres do Educação Com Ciência, evento que apresenta à comunidade projetos de iniciação científica desenvolvidos por alunos das escolas públicas, e o instrumento de publicação de suas reportagens é um blog.

Percebemos que os alunos, quando desafiados, são capazes de surpreender, e ao atribuir a eles responsabilidades, motivando-os através da dinamicidade dos recursos tecnológicos, o professor estabelece um vínculo que é capaz de auxiliar significativamente no processo ensino-aprendizagem.
Através do trabalho desenvolvido na oficina Blogando Com Ciência, foi possível constatar o encantamento deles, diante da busca e das descobertas e ainda, uma preocupação com a qualidade das produções, uma vez que estas são publicadas e ficam à disposição para consulta de outros internautas. Assim, é comum eles solicitarem nossa presença para expor dúvidas relacionadas a coesão e coerência do texto que estão produzindo antes de os publicarem.

Já a oficina "Pedagogia do Blog", destinada a professores, intenciona apresentar as especificidades técnicas da ferramenta "blog" e discutir sobre sua aplicabilidade na prática pedagógica. No blog geral, os participantes inserem fotos e produções textuais, que vão desde apresentação de cada um até reflexões sobre o Evento Com Ciência e também sobre a oficina. Esse momento é importante para criar uma intimidade com esse recurso tecnológico.

Outro desafio que propomos aos participantes, que não ocorre na oficina com os alunos, é a criação de um blog pessoal, sempre enfatizando a importância de manter esse espaço atualizado com novas produções, pois é isso que dá vida ao mesmo. Esse exercício aguça o espírito do educador, que vê nesse recurso tecnológico inúmeras possibilidades de trabalho com os aluno em sala de aula.

Paralelo a isso, ocorre a leitura e discussão do texto: SETE MOTIVOS PARA CRIAR UM BLOG de Betina von Staa, momento este, em que os professores falam sobre a viabilidade ou inviabilidade de utilização da ferramenta dentro de sala, suas potencialidades e limitações gerando um debate rico e democrático. É importante frisar que essa discussão acontece após o conhecimento instrumental.da ferramenta.
A fascinação dos docentes é tão grande quanto a dos alunos, pois a maioria nunca havia tido contato com o blog e alguns nem com o computador ou a Internet.

(de "Blogando Com Ciência" e "Pedagogia do Blog")

• ir para Toscorama.